Helena já desistira de ficar na cidade por conta do caos que o cinza lhe conferia naqueles dias de boas vindas ao inverno. Pegou seu veiculo e correu para o sítio onde desde que chegara, o respirar desatou e automaticamente a elevou ha um estado de plenitude e felicidade que mantinha seu silencio em ordem.
Acorda pouco antes do sol, aproxima-se da varanda para estudar um pio de coruja e parte para a cerimonia do café matinal. Mesmo bem agasalhada sente o frio que, de certa forma, a acalma, a cozinha da casa é pequena, assim como a casa no todo, mas as janelas grandes tornam o lugar tão parte daquela natureza que o tamanho parece ampliar a ponto de estar dentro ou do lado de fora da casa não muda a sensação de presença naquela atmosfera de vida existencial.
A fumaça do café pronto serve de aromatizador de ambiente, como também, um soar de alarme para lembrar que o nascer do sol estava a caminho. Desliga a torradeira, coloca as torradas de Bagel no pequeno prato de sobremesa ao lado do pote de geleia caseira de morangos; apoia a xícara de café no pires colorido e leva seu desjejum até a varanda para poder dar Bom dia ao seu vizinho, o Sol.
Ao longo dos dias...
Mantem-se calada, as vezes, conversa com alguém, não existe ninguém além dela, é parte do seu trabalho de criação. Helena vive seus personagens, sonha com outros, enxerga-os através de outras formas como, por exemplo, captava nas nevoas da manhã uma característica que poderia cair bem para determinado personagem ou quando fechava os olhos, tentava extrair o máximo de imagens, sensações que provinham daquele momento e assim que abria-os, martelava os teclados do seu livro digital com um sorriso de uma jovem criança quando descobre um tesouro perdido. As experiencias de criação dos seus personagens, ou das histórias, eram seriamente interpretadas por ela.
Lembro quando ainda na cidade, tinha dado a luz à Laura, sua mais nova e sedutora personagem.
Laura era ácida, queria viver tudo com muita intensidade, não pensava no que vinha depois, era o agora por completo. Laura, não era garota de programa, não tinha apetite voraz pelo sexo propriamente dito, ela gostava de alucinar como se fosse uma droga cujo nome desconhecido tomasse todo o seu parceiro a ponto de conduzi-lo a um tipo de vício e que dependia unica e exclusivamente de Laura para que pudessem experimentar tal prazer.
Era isso que Laura gostava, de ser a pimenta mais quente que ardia no corpo todo e não só em algumas áreas da boca. Queria ir fundo nos lugares onde nenhuma outra mulher, daquele parceiro, pudesse ou se quer tivesse se aproximado. Laura namorou por muito tempo, Tenry, nome artístico de Dereck Ten. Tenry se apaixonou desde o primeiro beijo. Laura usava sempre os cabelos soltos, cor de ferrugem, vestidos leves que não escondiam seu corpo por debaixo deles, mas faziam breve suspense para os interessados pelo que tinha por detrás. Tenry a viu passar pelos corredores da escola de música, onde na época era professor.
Depois de uma semana acompanhando atentamente o dançar dos passos de Laura, estava destinado a agir. No café da escola, Laura sempre ficava pelo menos uns 30 minutos por lá, gostava de apreciar o lugar que era repleto de zelo, tudo no devido lugar, uma limpeza visual que atraia para passar mais tempo. Tenry, sabendo que sua fascinante bailarina do corredor estaria ali naquele horário, como sempre estaria muito cheio, aproximou-se de Laura e pediu a gentileza para sentar-se com ela, Laura naturalmente permitiu a companhia.
Aquele dia Tenry e Laura conversaram, riram muito, descobriram que as coisas nada em comum completavam os interesses dos dois, o que foi mais interessante. Tenry bem planejado, convidou-a para um jantar em um bar descolado que ficava no meio do caminho para a casa de ambos.
Na noite do encontro, Laura despretensiosa mas sempre pronta para o que vivenciaria, colocou um vestido de cor vinho e detalhes dourados bem descritos. Ela não chamava a atenção pelo o que vestia, um do seus segredos era a beleza natural, a cor dos cabelos que eram realçados pelo batom vermelho que colocava na boca. Pronto, isso bastava para que fosse vista por todos na rua.
Chegaram no lugar e o clima era de muita animação, musica de boate, gente humorada, risos em cada canto do lugar. Mas bem ao fundo, havia um jardim onde ficava o restaurante, ali era mais calma, elegante e propicio para uma nova paixão. Sentaram em uma mesa, a noite estava agradável, uma lua cheia incrível banhava o corpo dos dois de prata. Depois de uma longa conversa, Tenry perguntou sobre o perfume de Laura e pediu para sentir de perto. Quando aproximou o nariz do pescoço e fez uma inspiração para provar daquele perfume que, na verdade, vinda da boca, como chamando-o para um beijo, tão logo sentiu que seu corpo aquecia e o de Laura se arrepiava, em um ato instintivo tomou uma das mãos até a nuca de Laura e gentilmente, como sempre, antes ainda de beijá-la, olhou-a bem nos olhos, como que pedindo permissão mas também para fotografar aqueles olhos, aquela boca em sua memória....
Foram para a casa de Tenry, sentiam-se tão próximos, tão familiarizados que não tiveram vontade de criar um cenário para o amor que os aguardava. Laura aumentava a temperatura de Tenry a cada fixar de olhos, despiu-se e ficou por alguns minutos só encarando Tenry.,pediu para que viesse até ela e dançasse uma musica suave, queria tornar um movimento único, Tenry tomou sua mão e então começaram um tipo de valsa, onde as vontades e desejos eram amplificados pelo esbarrar de seus sexos, Tenry estava muito quente, sentia sua pele descamar uma sensibilidade diferente. Laura sorria porque também estava sentindo o mesmo, era exatamente o que fazia bem, depois da dança, pediu para ele que a tocasse pelas costas, ainda em pé, Tenry obedecia, suas maos grandes no corpo dela com firmeza, audácia, continuavam aumentando o calor, sem pressa de possui-la, porque na verdade, tinha a sensação de que suas mãos já as faziam como se fossem o seu próprio sexo dentro dela. Tenry fechava os olhos, e a sensibilidade era como uma agulhada na seu racional. Queria entender o que estava sentindo ao mesmo tempo que só queria sentir....
[...]
Depois que Helena me contou de Laura, sempre que viaja para seus momentos de criações, fico ansioso para saber o que vem por aí, disse Daniel para Felipe, na manhã de quinta-feira.
Acorda pouco antes do sol, aproxima-se da varanda para estudar um pio de coruja e parte para a cerimonia do café matinal. Mesmo bem agasalhada sente o frio que, de certa forma, a acalma, a cozinha da casa é pequena, assim como a casa no todo, mas as janelas grandes tornam o lugar tão parte daquela natureza que o tamanho parece ampliar a ponto de estar dentro ou do lado de fora da casa não muda a sensação de presença naquela atmosfera de vida existencial.
A fumaça do café pronto serve de aromatizador de ambiente, como também, um soar de alarme para lembrar que o nascer do sol estava a caminho. Desliga a torradeira, coloca as torradas de Bagel no pequeno prato de sobremesa ao lado do pote de geleia caseira de morangos; apoia a xícara de café no pires colorido e leva seu desjejum até a varanda para poder dar Bom dia ao seu vizinho, o Sol.
Ao longo dos dias...
Mantem-se calada, as vezes, conversa com alguém, não existe ninguém além dela, é parte do seu trabalho de criação. Helena vive seus personagens, sonha com outros, enxerga-os através de outras formas como, por exemplo, captava nas nevoas da manhã uma característica que poderia cair bem para determinado personagem ou quando fechava os olhos, tentava extrair o máximo de imagens, sensações que provinham daquele momento e assim que abria-os, martelava os teclados do seu livro digital com um sorriso de uma jovem criança quando descobre um tesouro perdido. As experiencias de criação dos seus personagens, ou das histórias, eram seriamente interpretadas por ela.
Lembro quando ainda na cidade, tinha dado a luz à Laura, sua mais nova e sedutora personagem.
Laura era ácida, queria viver tudo com muita intensidade, não pensava no que vinha depois, era o agora por completo. Laura, não era garota de programa, não tinha apetite voraz pelo sexo propriamente dito, ela gostava de alucinar como se fosse uma droga cujo nome desconhecido tomasse todo o seu parceiro a ponto de conduzi-lo a um tipo de vício e que dependia unica e exclusivamente de Laura para que pudessem experimentar tal prazer.
Era isso que Laura gostava, de ser a pimenta mais quente que ardia no corpo todo e não só em algumas áreas da boca. Queria ir fundo nos lugares onde nenhuma outra mulher, daquele parceiro, pudesse ou se quer tivesse se aproximado. Laura namorou por muito tempo, Tenry, nome artístico de Dereck Ten. Tenry se apaixonou desde o primeiro beijo. Laura usava sempre os cabelos soltos, cor de ferrugem, vestidos leves que não escondiam seu corpo por debaixo deles, mas faziam breve suspense para os interessados pelo que tinha por detrás. Tenry a viu passar pelos corredores da escola de música, onde na época era professor.
Depois de uma semana acompanhando atentamente o dançar dos passos de Laura, estava destinado a agir. No café da escola, Laura sempre ficava pelo menos uns 30 minutos por lá, gostava de apreciar o lugar que era repleto de zelo, tudo no devido lugar, uma limpeza visual que atraia para passar mais tempo. Tenry, sabendo que sua fascinante bailarina do corredor estaria ali naquele horário, como sempre estaria muito cheio, aproximou-se de Laura e pediu a gentileza para sentar-se com ela, Laura naturalmente permitiu a companhia.
Aquele dia Tenry e Laura conversaram, riram muito, descobriram que as coisas nada em comum completavam os interesses dos dois, o que foi mais interessante. Tenry bem planejado, convidou-a para um jantar em um bar descolado que ficava no meio do caminho para a casa de ambos.
Na noite do encontro, Laura despretensiosa mas sempre pronta para o que vivenciaria, colocou um vestido de cor vinho e detalhes dourados bem descritos. Ela não chamava a atenção pelo o que vestia, um do seus segredos era a beleza natural, a cor dos cabelos que eram realçados pelo batom vermelho que colocava na boca. Pronto, isso bastava para que fosse vista por todos na rua.
Chegaram no lugar e o clima era de muita animação, musica de boate, gente humorada, risos em cada canto do lugar. Mas bem ao fundo, havia um jardim onde ficava o restaurante, ali era mais calma, elegante e propicio para uma nova paixão. Sentaram em uma mesa, a noite estava agradável, uma lua cheia incrível banhava o corpo dos dois de prata. Depois de uma longa conversa, Tenry perguntou sobre o perfume de Laura e pediu para sentir de perto. Quando aproximou o nariz do pescoço e fez uma inspiração para provar daquele perfume que, na verdade, vinda da boca, como chamando-o para um beijo, tão logo sentiu que seu corpo aquecia e o de Laura se arrepiava, em um ato instintivo tomou uma das mãos até a nuca de Laura e gentilmente, como sempre, antes ainda de beijá-la, olhou-a bem nos olhos, como que pedindo permissão mas também para fotografar aqueles olhos, aquela boca em sua memória....
Foram para a casa de Tenry, sentiam-se tão próximos, tão familiarizados que não tiveram vontade de criar um cenário para o amor que os aguardava. Laura aumentava a temperatura de Tenry a cada fixar de olhos, despiu-se e ficou por alguns minutos só encarando Tenry.,pediu para que viesse até ela e dançasse uma musica suave, queria tornar um movimento único, Tenry tomou sua mão e então começaram um tipo de valsa, onde as vontades e desejos eram amplificados pelo esbarrar de seus sexos, Tenry estava muito quente, sentia sua pele descamar uma sensibilidade diferente. Laura sorria porque também estava sentindo o mesmo, era exatamente o que fazia bem, depois da dança, pediu para ele que a tocasse pelas costas, ainda em pé, Tenry obedecia, suas maos grandes no corpo dela com firmeza, audácia, continuavam aumentando o calor, sem pressa de possui-la, porque na verdade, tinha a sensação de que suas mãos já as faziam como se fossem o seu próprio sexo dentro dela. Tenry fechava os olhos, e a sensibilidade era como uma agulhada na seu racional. Queria entender o que estava sentindo ao mesmo tempo que só queria sentir....
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Depois que Helena me contou de Laura, sempre que viaja para seus momentos de criações, fico ansioso para saber o que vem por aí, disse Daniel para Felipe, na manhã de quinta-feira.