segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Pensamentos | Um quarto, um quadro e uma pluma


Chegou cansado do dia de trabalho

Depois do banho, leveza

Sentado diante da janela, observava a lua

Por ali ficou, sem pensar em nada.

Cheguei

Após o banho, frescor
que combinava com a penumbra do quarto onde estava

apenas um ponto de luz, em algum lugar da casa, deixava um purpura no quarto

Na cama, você, fugaz, parado como quem posa para um pintor diante da obra

Sentei atras de ti e, meus braços, como um gancho, apertaram o seu corpo carinhosamente...

O tronco e meu rosto encaixaram-se perfeitamente nas suas costas largas

Nos olhos que terminara de escanear a lua vislumbrada minutos antes

Senti o conforto e sorriso

Minhas mãos deslizam por suas costas

O tempo faz uma pausa meticulosa

Você não mais sabe se, o toque leve, vem da lua ou das minhas mãos

Por um instante se confunde ao tentar entender o que acontecia

Percebi,

aproximo meus lábios, toque quase imperceptível, perto do seu ouvido

num murmúrio doce, peço: seja meu personagem, seja um personagem dos seus anseios

e permita que minhas mãos percorram os seus sentidos...


Ele um pouco atordoado, insiste, em querer entender.

Continuo:
Não queira entender, apenas, permita-se, e deixe eu entrar.

Se apaixone por mim, não pessoa, mas sim, pelo o que sente do que vem de mim..

Quero também receber seus desejos sem julgar..


Ele abre os olhos e encara os meus; aprazíveis

De repente, se deixa entregue.

Percebe com nitidez e suavidade, a lua e minhas mãos

E eu, tenho nelas uma pluma

Leve e extremamente delicada

que preciso manusear com cuidado

para não deixar

voar.

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