Chegou cansado do dia de trabalho
Depois do banho, leveza
Sentado diante da janela, observava a lua
Por ali ficou, sem pensar em nada.
Cheguei
Após o banho, frescor
que combinava com a penumbra do quarto onde estava
apenas um ponto de luz, em algum lugar da casa, deixava um purpura no quarto
Na cama, você, fugaz, parado como quem posa para um pintor diante da obra
Sentei atras de ti e, meus braços, como um gancho, apertaram o seu corpo carinhosamente...
O tronco e meu rosto encaixaram-se perfeitamente nas suas costas largas
Nos olhos que terminara de escanear a lua vislumbrada minutos antes
Senti o conforto e sorriso
Minhas mãos deslizam por suas costas
O tempo faz uma pausa meticulosa
Você não mais sabe se, o toque leve, vem da lua ou das minhas mãos
Por um instante se confunde ao tentar entender o que acontecia
Percebi,
aproximo meus lábios, toque quase imperceptível, perto do seu ouvido
num murmúrio doce, peço: seja meu personagem, seja um personagem dos seus anseios
e permita que minhas mãos percorram os seus sentidos...
Ele um pouco atordoado, insiste, em querer entender.
Continuo:
Não queira entender, apenas, permita-se, e deixe eu entrar.
Se apaixone por mim, não pessoa, mas sim, pelo o que sente do que vem de mim..
Quero também receber seus desejos sem julgar..
Ele abre os olhos e encara os meus; aprazíveis
De repente, se deixa entregue.
Percebe com nitidez e suavidade, a lua e minhas mãos
E eu, tenho nelas uma pluma
Leve e extremamente delicada
que preciso manusear com cuidado
para não deixar
voar.
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