segunda-feira, 28 de julho de 2014

Pensamentos | s/n.2

Dedos congelados, articulações duras, calafrios incontroláveis, quase Algor mortis! Só para soar um pouco dramático. Risos. Céu encoberto e a agradável companhia de um silencio, a musica  sempre foi o estopim para motivações diárias, só que hoje,  foi preferível o eco que as frestas das janelas não puderam calar, e não significaram muito para meus pensamentos por isso denomino silêncio, não que tenha sido um silêncio propriamente dito se for pensar, mas um tipo dele, para mim. 

A predisposição para comer muito e choramingar a solitude, seria normal, mas hoje não. Posto um continuo desacelerar de emoções unido pela abstração do conhecido frio de 15ºC na rua e que tentava entrar na casa, ... 

As características eram claras, sentir saudades era algo estranho, desconhecido. O curioso e que quero partilhar foi a sincera vontade de um doce de Mãe, esse sim, um pormenor importante. Quando que me lembro da "sincera vontade do doce de Mãe"?

Analisemos.

Não é qualquer vontade, como aquela de "Ah, o bolo de cenoura da vovó", ou "Uhm, um doce de coco igual o da mamãe!". Não, não é isso. Não era vontade, era sincero, veio sem pedir, apareceu, pluf.

Um arrebatador e único gesto, se posso assim dizer, pois como disse no inicio, o dia de hoje foi um desacelerar de emocionalidade.Logo, era previsto não ser tocada por nada! Porque isso?!...

Mas continuando, essa vontade, esse sentimento ou emoção, ou o que seja sua nome/termo. Espantou meu racional. Colidiu com as barreiras ou pedras frias que estão em algum lugar dentro de mim e reverberou um grito aflito.

Audível, imediatamente, corri para uma pausa sem razão para deixar fluir...até levante de onde estava para ter certeza.

Vieram fleches de uma infância dócil, um café da tarde, um sorriso livre da  mamãe, e a lembrança da minha espera pelo pão caseiro que acabará de sair do forno. Meu olhos fixos, e criativos, imaginava  a manteiga derretendo no macio daquele pão e logo a mordida com um deposito de saliva, de tanto desejar....

 Pluf.

Voltei ao que estava me ocupando, fechei a janela com cortina para bloquear o vento, o eco, sentei-me novamente.

Não liguei o som, e só, descontinuei o dia.




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