Em meio a um vacuo vespertino, peguei da prateleira um livro, O Azul da Virgem? Ah! Exclamei comigo mesma. Deve ser aqueles livros religiosos, nada contra, mas não tenho preferencia. Mas a amiga que emprestou-me disse: Leia, você vai gostar é diferente, é um romance que conta em meio a tudo, sobre a Virgem Maria. Tá, vamos tentar. Ela conseguiu me convencer, pensei. E lá se foi um dia e vinte e tantas páginas lidas ...
Após receber uma estátua da Virgem, o nicho sobre a porta da Igreja em que será colocada a imagem é pintado de um azul tão intenso quanto o céu da tarde. Os raios solares iluminam o azul com veemência, tocando os cabelos da jovem Isabelle e tingindo-os de um cobre que permaneceria mesmo depois de o sol ter ido embora. A partir de então, a menina passa a ser conhecida por La Rousse (A Ruiva) e precisa esconder as longas mechas vermelhas sob uma touca - envergonhada por aquele traço que aponta uma inusitada ligação com a Virgem Maria e a faz ser considerada suja, contaminada, uma feiticeira. Quase cinco séculos depois, Ella Turner, uma mulher independente de 28 anos, sai dos Estados Unidos e vai morar na França com o marido Rick. Lá começa a ter aulas de francês, perde o otimismo, tenta engravidar e procura desesperadamente uma solução para não continuar a se sentir uma estranha no novo país. Começa então a ser acometida por pesadelos inexplicáveis, repletos de versos franceses dos quais desconhece a origem, tingidos de um azul vívido, ao mesmo tempo claro e escuro. Ella então recebe uma carta de Jacob Tournier, seu primo da Suíça, revelando um pouco sobre os antepassados franceses que haviam imigrado para os Estados Unidos no século XIX.
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